Bento XVI e Primaz da Comunhão anglicana rezam
juntos: “estímulo para todos, rumo à unidade”
O Papa e o Arcebispo da Cantuária
estiveram presentes na recitação da oração de vésperas, no mosteiro
camaldulense localizado na Colina do Célio, em Roma, por ocasião dos mil anos
da fundação do ermitério de Camaldoli, criado por São Romualdo, monge
beneditino que deu origem a um novo ramo dessa ordem religiosa. Durante a
celebração, as alocuções do Papa e o Primaz anglicano.
Bento XVI destacou a importância do
mosteiro enquanto “local de nascimento de um elo entre a Igreja de Roma e o
Cristianismo da Inglaterra”. Uma ligação que, segundo o Papa, começou a ser
reforçada “especialmente a partir do Concílio Vaticano II” e que hoje já faz
parte da “tradição” das duas Igrejas.
O Papa comentou os dois breves
trechos proclamados durante a celebração. O primeiro tirado da segunda carta de
S. Paulo aos Coríntios que contém a exortação do apostolo a aproveitar do
momento favorável para acolher a graça de Deus. E o momento favorável, como
explicou o Papa é naturalmente aquele em que Jesus Cristo veio revelar-nos e a
dar-nos o amor de Deus por nós com a sua Incarnação, Paixão, Morte e Ressurreição.
Bento X VI comentou depois a segunda
leitura, um breve trecho da Carta de S. Paulo aos Colossenses: as palavras que
o apostolo dirige aos membros daquela comunidade para os formar segundo o
Evangelho para que tudo aquilo que fazem em palavras e obras aconteça no nome
do Senhor Jesus.. Sede perfeitos, dissera o Mestre aos seus discípulos; e agora
o Apostolo exorta a viver segundo esta medida elevada da vida cristã que é a
santidade.
Bento XVI recordou que na base de
tudo está a graça de Deus, está o dom da chamada, o mistério do encontro com
Jesus vivo. Mas esta graça – acrescentou – exige a resposta dos batizados:
exige o empenho de revestir-se dos sentimentos de Cristo: ternura, bondade,
humildade, mansidão, magnanimidade, perdão recíproco e sobretudo, como síntese
e coroamento , a ágape, o amor que Deus nos dá mediante Jesus e que o Espírito
Santo derramou nos nossos corações.
“Espero que a nossa presença aqui
permaneça não só com um sinal de encontro fraterno, mas como um estímulo para
todos os fiéis, tanto católicos como anglicanos, rumo à unidade”, sublinhou
Bento XVI.
Para o primaz da Comunhão Anglicana,
“é sempre bom tocar o solo onde começou a missão cristã de Inglaterra” e
“honrar a história de figuras como São Gregório e Santo Agostinho”. “Temos um
antepassado comum que nos dá uma relação de familiaridade e estamos trabalhando
para que essa relação seja de novo plena, sacramental e visível”, salientou o
responsável anglicano, que vai permanecer mais dois dias na capital italiana.
Antes da oração de vésperas, o dia
foi marcado por uma audiência privada entre os dois líderes religiosos, que foi
pautada pela abordagem à situação dos cristãos no Médio Oriente e pela
preparação do Sínodo para a Nova Evangelização, que vai decorrer no mês de
outubro, no Vaticano.
No final da oração o Papa e o
arcebispo de Cantuária foram até à capela de São Gregório para acender duas
velas em memória daquele que enviou Santo Agostinho da Cantuária aos
anglo-saxões. (SP)
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